Esquentando os motores para a Semana de Ação Mundial
Entre os dias 2 e 8 de maio, mais de uma centena de países em todo o mundo se mobilizam pelo direito à educação das meninas e mulheres
O direito à educação das meninas e mulheres é tema da Semana de Ação Mundial (SAM) que começa na próxima segunda, 2 de maio. A CLADE, suas coalizões nacionais e redes regionais estão envolvidas em uma série de atividades especiais para a SAM 2011, tomando como mote a necessidade de superar a discriminação contra mulheres e meninas no meio educativo.
A região da América Latina e Caribe viu nos últimos anos uma ampliação no acesso das meninas à escola – o que na esfera pública foi confundido com o fim das desigualdades de gênero na educação. A realidade é mais dura. Na prática, apesar de mais meninas terem acesso aos centros de ensino de modo global, elas ainda enfrentam inúmeros obstáculos em sua trajetória educativa, como o trabalho doméstico que realizam; o cuidado com os irmãos e irmãs mais novos; casamentos e gravidez na adolescência; a influência das religiões nas decisões sobre políticas educacionais – em especial as relativas à educação dos direitos sexuais e reprodutivos –; a pobreza; os conflitos armados; e um entorno escolar perigoso e violento. Isso sem mencionar que em muitos lugares os problemas de acesso ao ambiente escolar estão longe de ser resolvidos.
Para a CLADE, esses fatores mostram que ainda persistem graves diferenças na efetivação dos direitos humanos de homens e de mulheres. “É urgente o reconhecimento de que existe, sim, discriminação de gênero e desigualdades no sistema educacional. Este reconhecimento, bem como de suas causas e conseqüências, é fundamental para que o problema seja superado. Na Semana de Ação Mundial 2011, esperamos lembrar os Estados e a comunidade internacional de que os direitos humanos são indivisíveis e de que ao promover o direito à educação, promovem-se todos os outros direitos humanos”, afirma Camilla Croso, coordenadora geral da CLADE e presidenta da Campanha Mundial pela Educação.
Alguns exemplos de discriminação de gênero nas escolas:
• Associação de mulheres e homens a trabalhos, atividades e comportamentos dentro de padrões sociais e culturais patriarcais nos livros didáticos.
• Invisibilidade de mulheres protagonistas na História, Artes ou Ciência.
• Diferença de expectativa no sonho de carreira profissional para meninas e meninos, eleição de profissões “para elas” e “para eles”.
• Falta de estrutura para receber a jovem gestante ou lactante.
• Feminização e desvalorização do trabalho na educação infantil, incluindo reduzidos salários.
• Falta de informação sobre os direitos sexuais e reprodutivos levando a uma discriminação por orientação sexual ou por identidade de gênero.
Sobre a SAM - A SAM é uma grande mobilização coordenada internacionalmente pela Campanha Mundial pela Educação (CME), com o objetivo de incentivar atividades e debates voltados ao cumprimento das metas de Educação para Todos em mais de uma centena de países.
Participe! Você pode:
1. Aderir através do site da Campanha Mundial: www.globalactionweek.org
2. Organizar debates sobre o tema
3. Compartilhar histórias individuais ou coletivas que transmitam experiências sobre a educação de meninas e mulheres, seus desafios, obstáculos e benefícios
4. Promover aulas especiais sobre o tema, abertas ou nas escolas
Entre em contato com a CLADE ou a coalizão nacional mais próxima para conhecer outras formas de participação. Para saber mais, escreva para [email protected].
Nos próximos dias, seguiremos com a cobertura especial da SAM na América Latina e Caribe.